‘RELATOS DA CLANDESTINIDADE (O PCP VISTO POR DENTRO)’ De J. A. Silva Marques Sojornal – Edições Jornal Expresso Lisboa, 1976
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Portugal – Da repressão do regime do estado novo à PIDE e à posição comunista sobre a guerra colonial
‘RELATOS DA CLANDESTINIDADE (O PCP VISTO POR DENTRO)’
De J. A. Silva Marques
Sojornal – Edições Jornal Expresso
Lisboa, 1976
Livro com 374 páginas e em bom estado de conservação.
De difícil localização.
Muito Raro.
O autor, que foi funcionário do Partido Comunista Português na clandestinidade anterior à queda do regime ditatorial de Salazar e Caetano, rompeu com os comunistas, e viria a ser militante do PPD, após 25 de Abril de 1974, e até foi seu líder parlamentar na Assembleia da República.
Neste livro, Silva Marques relata a sua vida na clandestinidade e na organização do PCP, reservando um pequeno mas elucidativo capítulo à guerra colonial.
Aí, o autor aborda o tema para revelar que a palavra de ordem mais violada pelos comunistas portugueses sobre a guerra colonial era o apelo para que desertassem, e no entanto os militantes eram impelidos a cumprir o serviço militar e por conseguinte irem à guerra, para desenvolverem actividades contra a própria guerra.
Uma obra muito interessante sobre as vivências dos comunistas na clandestinidade e sobre a sua posição quanto è guerra colonial.
Da contra-capa:
“No fundo, o que desejo é contribuir para um debate que, para não ser inútil (conservador), não pode iludir questões importantes, postas pelos próprios factos.
Por exemplo:
– O PCP (e não só) nunca conseguiu, ao longo de quase meio século, fazer a revolução, uma revolução.
Nunca conseguiu ser suficientemente ‘grande’ para isso.
Mas também nunca foi demasiado ‘pequeno’, como poderia esperar-se, a avaliar pela sua crónica impotência revolucionária.
Porquê?
– O ’25 de Abril’ desencadeou um processo que levou a curto prazo ao acasalamento entre o PCP e uma parte importante dos militares do quadro permanente considerados desde sempre pelo próprio PC, o esteio mais sólido do ‘fascismo’.
Porquê?
– Não obstante os dois principais aparelhos de repressão, de coerção física e de enquadramento ideológico-político, terem estado praticamente na posse dos gonçalvistas e do PCP, uns dispondo do aparelho militar, outro do aparelho partidário, foram batidos a partir de movimentações fundamentalmente civis e relativamente desorganizadas.
Porquê?
– Que está em causa na sociedade portuguesa, hoje e aqui? O que é a revolução, ou a mudança? O que é a reacção, ou a conservação?
Do PREFÁCIO.”
Do ÍNDICE:
A ENTRADA PARA O PARTIDO
– OS tempos da única porta, o PCP; – Quando eu ainda pertencia às ‘massas’; – Uma ascensão brusca por razões ‘poderosas’; – Uma palavra de estranha ressonância: ‘amigo’; – O ‘controleiro’; – A hierarquia; – A ‘revolução’ conservadora; – O que era ser comunista;
COIMBRA: A TRANSIÇÃO ENTRE DUAS GERAÇÕES DE COMUNISTAS
– A velha e nova vanguardas; – Existencialismo e comunismo; – A revolução revoltada; – A ‘Carta a uma jovem portuguesa’; – A ‘revolução’ domesticada;
O COMITÉ REGIONAL DAS BEIRAS
– A minha passagem a funcionário do partido; – Composição e área do C.R.B.; – Uma época áurea; – A derrocada; – Causas da derrocada;
A ‘ALIANÇA COM O CAMPESINATO’ OU O PC NOS MEIOS RURAIS
– A questão camponesa; – Campesianto e operariado; – A resistência camponesa; – A actividade clandestina nos meios rurais; – O peixe fora de água; – Uma forma camponesa de organizar os camponeses; – Aliança ou subordinação do campesinato?; – A concepção cunhalista da aliança com o campesinato;
A GUERRA COLONIAL
– Uma propaganda inoperante; – A palavra-de-ordem mais violada;
PRISÃO E EVASÃO
– A prisão; – Aprendiz de clandestino; – A ‘estátua’; – O ‘isolamento’; – As diferenças de classe para além das grades e da PIDE; – Os monopólios do heroísmo; – A evasão;
O COMITÉ REGIONAL DO PORTO
– Com posição e área do C.R.P.; – A implantação do PC na região do Porto; – Um exemplo clássico de penetração partidária;
NA ‘PÁTRIA DO SOCIALISMO’
– A caminho do ‘sol da terra’; – Na datcha de Satine; – Álvaro Cunhal; – A ‘múmia’; – O ‘metropolitano do povo’; – O rosto das pessoas; – O porco ‘socialista’;
O VI CONGRESSO
– A ‘grandeza nacional’ via Moscovo; – A composição do congresso; – A ordem de trabalhos; – Fora da ordem de trabalhos; – As minhas divergências; – A cisão marxista-leninista pró-chinesa; – O stalinismo na sua expressão ingénua; – A representatividade do congresso;
–
–
O COMITÉ REGIONAL DA MARGEM SUL
– Razões duma promoção; – A implantação do PC na margem sul; -A CUF, bastião tradicional do PC; – A organização do PC na CUF; -Xeque-mate ao capitalismo liberal; – O peixe na água; – Razia policial a sul do Tejo;
A RUPTURA
– Desterrado nas Beiras;
-Três fases dum mesmo processo de ruptura; – O primeiro conflito; – O segundo conflito; – O terceiro conflito; – A ‘Carta aberta’; – A expulsão; – Dupla clandestinidade; – O exílio;
O ‘OFÍCIO DE CLANDESTINO’
– As dificuldades do ‘ofício’; – As regras de ouro do clandestino; – As casas do partido; – Um dia na vida de um clandestino; – Um mês na vida de um clandestino; – Uma vida na vida de um clandestino;
SOCIOLOGIA E IDEOLOGIA DO PC
– O espectro social da organização partidária; – Sindicato clandestino; – Anarquismo operário e radicalismo pequeno-burguês; – As ‘amplas liberdades’; – Um obscurantismo místico;
A QUEDA DO PC
ANOTAÇÕES PARA ALGUMAS RESPOSTAS
José Augusto da Silva Marques:
– Natural de Cruz da Légua (Porto de Mós) – 07.11.1938/26.12.2016;
– Licenciado em direito pela Universidade de Coimbra;
– Licenciado em sociologia pela Universidade de Paris;
– 12 anos membro do PCP (1958-69), dos quais 9 como ‘funcionário’, sendo 8 na clandestinidade;
– Director e editor de ‘CADERNOS’ (revista mensal de crítica política e social editada em Paris);
– Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Porto Mós;
– Eleito Presidente da Câmara Municipal de Porto Mós (1976-1979);
– Eleito deputado pelo PPD/PSD pelo círculo de Leiria entre 1980 e 1999;
– Líder do Grupo Parlamentar do PPD/PSD na Assembleia da República;
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