A Sentença de Manfred Gregor
€6.00
CONTACTE-NOS
Mais um livro que esteve na prateleira durante anos, à espera de ser reencontrado após ter visto o filme. A história descreve o drama de uma jovem alemã que vivia numa pequena povoação do sul da Alemanha, durante a ocupação americana do país após a II Guerra Mundial.
Vítima de abuso sexual por quatro soldados americanos, a jovem Karin contou com o apoio incondicional do namorado, da mãe e do padre, bem como do advogado que a defendeu a pedido do seu padrasto. Contudo, ela vai-se abaixo após a exposição pública a que é obrigada a sujeitar-se pelo padrasto, o burgomestre da povoação que se obstina, acima de tudo, em conseguir a condenação à morte dos culpados, como previsto então na lei americana.
A diferença de mentalidades está bem patente no enredo, mormente porque os alemães foram obrigados a trabalhar duramente após o fim da guerra, tarefa a que se dedicavam afincadamente como se nada de especial tivesse ocorrido durante a guerra. A convivência entre ocupantes e vencidos era contudo tranquila, até que a violação trouxe à superfície as rivalidades camufladas durante anos.
Karin, ao desmaiar na última sessão, o que não permitiu esclarecer todas as dúvidas sobre a ocorrência, viu-se confrontada com o rancor do padrasto, que não lhe perdoou o que considerava fraqueza da sua parte. Ao aperceber-se que a mãe se deixava dominar pelo medo face ao feitio irascível do marido, a jovem, que tinha combinado fugir com o namorado, acaba por sair de casa profundamente abalada e suicida-se na represa perto da povoação.
A injustiça da condenação da jovem pela povoação, onde o julgamento decorre debaixo de um tempo muito quente de verão que faz salientar o drama, é suavizada pela atitude humana do advogado de acusação, que tudo fez para que Karin não tivesse de ficar exposta à humilhação pública. Uma atitude que suaviza a sensação de impotência que domina o leitor no final do romance, perante a face negra humana que constantemente nos impressiona.
Manfred Gregor, pseudónimo de Gregor Dorfmeister, nasceu em Tailfingen, na Alemanha, a 7 de Março de
1929, tendo ainda servido no exército com 16 anos, no último mês da II Guerra Mundial. Terminou os estudos liceais em 1946 e começou a trabalhar numa empresa de construção. Estudou drama, jornalismo e filosofia na Universidade de Munique, enquanto estagiava como jornalista num diário.
Publicou o seu primeiro livro, A ponte, em 1958, de caráter autobiográfico, que se tornou mundialmente conhecido e foi adaptado ao cinema com grande sucesso. Em 1960, publicou Asentença, também adaptado ao cinema. Seguiu-se-lhe A rua, em 1962, e Ulica, em 1963.
PartilheProdutos Relacionados
O Bater Solitário do Coração, Henry Troyat
Henri Troyat, nascido com o nome Levon Aslani Thorosian ou Lev Aslanovich Tarasov, foi um escritor, ensaísta, novelista e historiador francês de ascendência armênia Partilhe
A Sombra do Vento Carlos Ruiz Zafón
Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura Ensino Secundário Leitura Autónoma “Daniel, não podes contar a ninguém aquilo que vais ver hoje…”Mais de 7.000.000 de leitores em todo o mundo não conseguiram guardar este segredo! Um fenómeno da literatura espanhola, um livro … Ler mais
City de Alessandro Baricco
ISBN: 9789722905169 Edição ou reimpressão: 04-2000 Editor: DifelIdioma: PortuguêsDimensões: 150 x 230 x 20 mm Encardenação: Capa mole Páginas: 272 Partilhe
Os Dias da Febre JOÃO PEDRO MARQUES
Descendo a Calçada de Santana e espreitando por entre as cortinas da sua carruagem, Elvira Sabrosa vislumbra Robert Huntley, um inglês que não via desde os tempos da infância, há mais de 20 anos. Os Dias da Febre narra as … Ler mais
As Leis da Vida, Fay Weldon
Fay Weldon é uma das mais estimadas e respeitadas autoras britânicas. Nasceu em 1931 e passou parte da infância na Nova Zelândia, tendo regressado a Inglaterra aos dez anos. Estudou Economia e Psicologia na Universidade de St Andrews, na Escócia, … Ler mais
O Sorriso ao Pé das Escadas, Henry Miller
«Embora inconscientemente, nem sempre o tenha sabido, o palhaço exerce sobre mim uma atracção profunda, justamente porque está separado do mundo pelo riso. O seu riso nada tem de fantástico, é apenas um riso silencioso, o que nós chamamos um … Ler mais
À espera, Ha Jin
Um homem entre dois mundo e duas mulheres. “O entendimento de Ha Jin da alma e da condição humana transcende as fronteiras do espaço e do tempo. Uma admirável realização literária” Partilhe