A Sentença de Manfred Gregor
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Mais um livro que esteve na prateleira durante anos, à espera de ser reencontrado após ter visto o filme. A história descreve o drama de uma jovem alemã que vivia numa pequena povoação do sul da Alemanha, durante a ocupação americana do país após a II Guerra Mundial.
Vítima de abuso sexual por quatro soldados americanos, a jovem Karin contou com o apoio incondicional do namorado, da mãe e do padre, bem como do advogado que a defendeu a pedido do seu padrasto. Contudo, ela vai-se abaixo após a exposição pública a que é obrigada a sujeitar-se pelo padrasto, o burgomestre da povoação que se obstina, acima de tudo, em conseguir a condenação à morte dos culpados, como previsto então na lei americana.
A diferença de mentalidades está bem patente no enredo, mormente porque os alemães foram obrigados a trabalhar duramente após o fim da guerra, tarefa a que se dedicavam afincadamente como se nada de especial tivesse ocorrido durante a guerra. A convivência entre ocupantes e vencidos era contudo tranquila, até que a violação trouxe à superfície as rivalidades camufladas durante anos.
Karin, ao desmaiar na última sessão, o que não permitiu esclarecer todas as dúvidas sobre a ocorrência, viu-se confrontada com o rancor do padrasto, que não lhe perdoou o que considerava fraqueza da sua parte. Ao aperceber-se que a mãe se deixava dominar pelo medo face ao feitio irascível do marido, a jovem, que tinha combinado fugir com o namorado, acaba por sair de casa profundamente abalada e suicida-se na represa perto da povoação.
A injustiça da condenação da jovem pela povoação, onde o julgamento decorre debaixo de um tempo muito quente de verão que faz salientar o drama, é suavizada pela atitude humana do advogado de acusação, que tudo fez para que Karin não tivesse de ficar exposta à humilhação pública. Uma atitude que suaviza a sensação de impotência que domina o leitor no final do romance, perante a face negra humana que constantemente nos impressiona.
Manfred Gregor, pseudónimo de Gregor Dorfmeister, nasceu em Tailfingen, na Alemanha, a 7 de Março de
1929, tendo ainda servido no exército com 16 anos, no último mês da II Guerra Mundial. Terminou os estudos liceais em 1946 e começou a trabalhar numa empresa de construção. Estudou drama, jornalismo e filosofia na Universidade de Munique, enquanto estagiava como jornalista num diário.
Publicou o seu primeiro livro, A ponte, em 1958, de caráter autobiográfico, que se tornou mundialmente conhecido e foi adaptado ao cinema com grande sucesso. Em 1960, publicou Asentença, também adaptado ao cinema. Seguiu-se-lhe A rua, em 1962, e Ulica, em 1963.
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